Se não for pra ver cara nos objetos, eu nem vou. Me recuso a abrir mão dos projetos, se a minha imaginação já se ativou. Se a nuvem não tiver forma e a areia não virar castelo, qual é o ponto? Se não for pra fugir da norma, bati o martelo. Se não for pra perceber que as flores dançam e o dia sorri, de que adianta?
Se eu não puder vestir o que me deixa feliz, se eu voltar a travar minha dança por preocupação com o que o outro diz, eu já digo que não.
Se o nosso riso precisar de motivo e gerar desconforto, se a brincadeira deixar alguém de fora, a gente para agora, que eu não suporto. Se até no pouco lugar que ainda é bonito eu não puder rir do meu jeito, nada feito.
Se a realidade perdeu a vergonha de ser dura como osso, eu quero que a gente se perca num mundo que é só nosso. Vivendo do jeito mais absurdo e colorido eu posso.